As provas discursivas são um verdadeiro desafio para muitos candidatos a concursos públicos. Elas exigem não apenas conhecimento do conteúdo, mas também capacidade de argumentação, organização das ideias e domínio da escrita formal. Diferente das questões objetivas, aqui não basta marcar uma alternativa: é preciso construir uma resposta lógica, clara e bem fundamentada.
Neste artigo, você vai aprender como treinar de forma eficiente para provas discursivas, com estratégias práticas que vão te ajudar a desenvolver textos de qualidade, ganhar confiança e evitar os erros que mais reprovam candidatos.
Entenda o que a banca espera
O primeiro passo é entender o perfil da banca organizadora. Cada banca tem seu estilo:
- CESPE/Cebraspe: valoriza argumentação lógica, coesão e concisão
- FGV: costuma propor temas com base em atualidades e exige profundidade
- FCC: cobra clareza, objetividade e respeito à estrutura textual
- ESAF (quando ativa): exigia textos mais técnicos e jurídicos
Leia provas anteriores do seu concurso para observar o estilo dos temas, o tamanho das respostas exigidas e os critérios de correção. Isso vai direcionar o seu treinamento.
Pratique a estrutura do texto
Geralmente, as provas discursivas exigem um texto dissertativo-argumentativo, que deve seguir esta estrutura:
- Introdução – apresentação do tema e da tese
- Desenvolvimento – argumentos organizados em parágrafos coerentes
- Conclusão – fechamento da ideia com síntese ou proposta de solução
Treine escrevendo textos com essa estrutura, respeitando os limites de linhas e evitando repetições e rodeios. Clareza e objetividade são mais valorizadas do que frases rebuscadas.
Crie o hábito de escrever toda semana
Assim como qualquer outra habilidade, a escrita melhora com prática. Não adianta apenas estudar teoria — é preciso escrever com frequência.
Monte um plano simples:
- Escolha um tema por semana (pode ser atualidade, conteúdo específico ou interdisciplinar)
- Escreva um texto completo em até 1 hora
- Revise você mesmo com base nos critérios da banca
- Se possível, peça correção a um professor ou colega mais experiente
Esse hábito ajuda a desenvolver fluência textual e segurança no seu estilo de escrita.
Use provas anteriores como base
Baixe provas discursivas anteriores da banca e resolva os mesmos temas. Isso tem vários benefícios:
- Você se acostuma com o tipo de enunciado
- Aprende a respeitar o número de linhas
- Compara sua escrita com os padrões já exigidos
Além disso, você pode estudar as melhores respostas divulgadas pelas bancas, quando disponíveis. Isso mostra na prática o que é considerado um bom texto.
Aprofunde seu repertório de conteúdo
Uma boa redação não é feita apenas com estrutura — ela precisa de conteúdo relevante e bem articulado. Por isso, mantenha-se atualizado com:
- Leituras semanais de jornais e revistas
- Estudos teóricos das matérias do edital
- Resumos de temas sociais, políticos e econômicos
Inclua citações de leis, autores, dados estatísticos e acontecimentos recentes para enriquecer sua argumentação.
Revise gramática e ortografia
Mesmo que o conteúdo esteja excelente, erros gramaticais e ortográficos comprometem a pontuação. Por isso:
- Revise acentuação, concordância e pontuação
- Evite coloquialismos e gírias
- Use conectivos adequados entre as ideias
- Prefira frases curtas e diretas
Leia seu texto em voz alta para perceber falhas de fluidez e sentido. Essa técnica simples ajuda a identificar erros que passariam despercebidos.
Faça simulados com tempo cronometrado
Escrever em casa com tempo livre é diferente de escrever sob pressão. Por isso, simule condições reais de prova:
- Estabeleça um tempo limite (geralmente 1 hora por questão discursiva)
- Use caneta e papel, como será na prova
- Evite consultas e interrupções
Treinar com limite de tempo te prepara mentalmente para organizar ideias com agilidade e respeitar o espaço disponível.
Desenvolva uma introdução padrão
Ter um modelo de introdução ajuda a quebrar o “branco” inicial. Você pode criar uma fórmula com:
- Apresentação do tema
- Indicação de relevância
- Formulação da tese
Exemplo:
“A discussão sobre [tema] tem ganhado destaque no cenário atual, especialmente diante de [contexto]. Diante disso, é necessário refletir sobre [tese].”
Claro, você deve adaptar para cada tema, mas ter esse modelo em mente dá segurança nos primeiros minutos de escrita.
Leia e reescreva bons textos
Outra forma de treinar é ler boas redações, artigos ou respostas discursivas bem avaliadas. Reescreva trechos com suas palavras, identifique como os argumentos são construídos e quais estratégias de coesão são usadas.
Isso amplia seu vocabulário, melhora a organização das ideias e refina seu estilo de escrita.
Conclusão: treinar redação é investir em aprovação
Dominar a prova discursiva exige prática constante, conhecimento do conteúdo e habilidade de expressar ideias com clareza. Não espere o edital ser publicado para começar — quanto antes você começar a treinar, mais natural será escrever bem no dia da prova.
Com dedicação semanal, correções consistentes e leitura de bons textos, você pode transformar a discursiva de vilã em aliada. E muitas vezes, é ela que define quem entra na lista de aprovados.