Técnicas de memorização que realmente funcionam para concursos

A memorização é uma das etapas mais críticas na jornada de quem estuda para concursos públicos. É comum encontrar concurseiros que leem e relêem o mesmo conteúdo várias vezes, mas continuam esquecendo com facilidade. Isso acontece porque memorizar não é apenas repetir: é preciso aplicar técnicas que ajudem o cérebro a armazenar as informações de forma mais eficiente e duradoura. Neste artigo, você vai aprender técnicas de memorização que realmente funcionam e como aplicá-las na sua rotina de estudos para concursos.

Por que a memorização tradicional não funciona?

A maioria dos estudantes usa apenas a repetição passiva, como reler textos, sublinhar ou destacar trechos. Apesar de parecer produtiva, essa prática não gera retenção de longo prazo. Isso acontece porque o cérebro precisa ser desafiado a acessar ativamente as informações para que elas fiquem realmente gravadas.

Estudos em neurociência mostram que a repetição ativa, ou seja, tentar lembrar o que foi estudado sem olhar o material, é muito mais eficaz. É isso que diferencia quem apenas estuda de quem realmente aprende.

Técnica 1: Active Recall (recuperação ativa)

Essa é considerada uma das técnicas de memorização mais eficientes. Em vez de reler, você tenta lembrar de cabeça o que estudou.

Como aplicar:

  • Estude um conteúdo e, em seguida, feche o material.
  • Tente explicar com suas palavras o que acabou de aprender.
  • Escreva um resumo de memória sem consultar os livros.
  • Use flashcards com perguntas e respostas.

Essa prática fortalece as conexões neurais e melhora o desempenho nas provas.

Técnica 2: Spaced Repetition (repetição espaçada)

Estudar o mesmo conteúdo várias vezes no mesmo dia não ajuda tanto quanto revisar em intervalos progressivos. Essa técnica respeita o funcionamento natural da memória e previne o esquecimento.

Como aplicar:

  • Revise o conteúdo após 24 horas, depois em 7 dias e novamente em 30 dias.
  • Use aplicativos como Anki para organizar suas revisões automaticamente.
  • Inclua as revisões no seu plano de estudos semanal.

Essa técnica é excelente para quem está lidando com um volume grande de matérias.

Técnica 3: Técnica de Feynman

Criada pelo físico Richard Feynman, essa técnica consiste em ensinar o conteúdo como se fosse para uma criança. O objetivo é transformar algo complexo em algo simples e acessível.

Como aplicar:

  • Estude um tema e depois escreva uma explicação simples sobre ele.
  • Use analogias, exemplos práticos e linguagem fácil.
  • Releia e identifique os pontos em que você ainda sente dificuldade.
  • Volte ao conteúdo original, revise e reescreva.

Essa abordagem ajuda a identificar lacunas no seu aprendizado.

Técnica 4: Mapas mentais

Mapas mentais são representações visuais do conteúdo, que organizam as informações de forma hierárquica e interligada. Eles ajudam na fixação e na revisão rápida.

Como aplicar:

  • Coloque o tema principal no centro de uma folha.
  • Ramifique os tópicos principais em volta do tema.
  • Use setas, cores, palavras-chave e símbolos.
  • Evite frases longas — foque em termos que ativam sua memória.

Essa técnica é ótima para quem tem memória visual e precisa revisar com agilidade.

Técnica 5: Mnemônicos e acrônimos

Mnemônicos são frases, siglas ou palavras criadas para facilitar a memorização de listas, leis, artigos ou sequências.

Como aplicar:

  • Crie siglas com as iniciais dos itens que você precisa lembrar.
  • Crie frases engraçadas ou absurdas para facilitar a associação.
  • Exemplo: para lembrar os princípios da Administração Pública (LIMPE), use a palavra formada pelas iniciais: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Quanto mais criativa e pessoal for a frase, melhor ela vai funcionar para você.

Técnica 6: Associação com imagens mentais

Nosso cérebro é excelente para lembrar imagens. Associar conteúdos a figuras mentais fortes, coloridas ou engraçadas é uma técnica muito poderosa.

Como aplicar:

  • Ao estudar um conteúdo, crie uma imagem mental representando aquela informação.
  • Imagine, por exemplo, um juiz com uma balança gigante para lembrar da Justiça.
  • Associe leis a personagens, situações do dia a dia ou cenas absurdas.

Quanto mais inusitada a imagem, maior a chance de você lembrar dela na hora da prova.

Técnica 7: Estudo intercalado

Estudar uma única matéria por horas seguidas pode parecer eficiente, mas o estudo intercalado ajuda a manter o cérebro mais atento e a reforçar o aprendizado.

Como aplicar:

  • Divida seu tempo de estudos em blocos de matérias diferentes.
  • Exemplo: estude 1 hora de Constitucional, depois 1 hora de Raciocínio Lógico, depois 1 hora de Português.
  • Isso força o cérebro a alternar entre tipos de raciocínio, o que melhora a retenção.

Além disso, você treina a transição de raciocínio que será exigida na hora da prova.

Técnica 8: Técnica do palácio da memória

Essa técnica consiste em imaginar um local familiar (como sua casa) e associar partes do conteúdo a cômodos ou objetos desse espaço.

Como aplicar:

  • Escolha um local que você conhece bem.
  • Divida o conteúdo em blocos e associe cada bloco a um cômodo da casa.
  • Crie cenas visuais dentro dos cômodos, com imagens mentais fortes e simbólicas.

Essa técnica é ideal para conteúdos que precisam ser lembrados em ordem, como listas ou sequências lógicas.

Dica extra: durma bem e se alimente bem

Todas essas técnicas funcionam muito melhor quando você respeita o básico: sono e alimentação. Durante o sono, o cérebro organiza as informações aprendidas durante o dia. Uma boa noite de sono melhora a retenção e a recuperação de memórias.

Além disso, evite estudar por longos períodos sem pausas. O ideal é usar técnicas como o Pomodoro (25 minutos de estudo + 5 minutos de descanso) para manter o foco e evitar o cansaço mental.

Seu cérebro é capaz de muito mais do que você imagina

A memorização não precisa ser um tormento. Com o uso correto das técnicas que você viu aqui, é possível aprender mais, em menos tempo, e com resultados muito mais duradouros. O segredo está na prática constante, na experimentação e na adaptação ao que funciona melhor para o seu estilo de aprendizado.

Agora que você conhece essas técnicas, coloque em prática ainda hoje. Escolha uma ou duas e comece a aplicá-las no seu próximo estudo. Você vai se surpreender com a diferença que elas podem fazer.

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